Segundo o dr. Faustino da Rosa Júnior, ultimamente o mundo das apostas de quotas fixas tem sofrido um crescimento em escala global. No Brasil, esse mercado estava em ascensão, mas carecia de regulamentação, deixando espaço para a informalidade e a falta de controle. Contudo, esse cenário está prestes a mudar, pois a Comissão de Esporte (CEsp) recentemente aprovou um projeto de lei que visa regular as apostas esportivas no país, marcando uma nova era para a indústria de apostas brasileiras.
Projeto de lei PL 3.626/2023
O projeto de lei em questão, o PL 3.626/2023, proposto pelo Poder Executivo, passou por uma análise favorável na CEsp, sob a liderança do senador Romário (PL-RJ). Atualmente, o texto está em tramitação na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) e, em seguida, será submetido à votação no Plenário. A aprovação na CEsp representa um marco crucial na direção da regulamentação das apostas esportivas brasileiras, estabelecendo uma base legal sólida para um mercado que operava até então de forma predominantemente informal.
Apostas em formato físico e virtual
O projeto de lei em questão compreende diversos aspectos das apostas esportivas de quota fixa. Ele estipula que essas podem ser realizadas tanto em formato físico, através da compra de bilhetes impressos, quanto de maneira virtual, via canais eletrônicos. Ainda, como elucida o advogado Faustino da Rosa Júnior, a regulamentação engloba eventos virtuais de jogos online e eventos reais de temática esportiva, como partidas de futebol e vôlei. Nesse modelo, os apostadores podem obter lucro acertando condições específicas do jogo ou o resultado final da partida.
Autorização do Ministério da Fazenda
Um elemento essencial do projeto de lei é a necessidade de autorização do Ministério da Fazenda para empresas que desejem operar no sistema de apostas de quota fixa. Essa autorização contém validade de cinco anos e poderá ser revista a qualquer momento, garantindo um controle rigoroso sobre as operadoras. Para obter a autorização em questão, as empresas devem atender a diversos requisitos, como estar constituída de acordo com a legislação brasileira, ter sede e administração no território nacional e cumprir as regulamentações estabelecidas pelo Ministério da Fazenda.
Medidas para mitigar a manipulação de resultados
Como frisa o entendedor Faustino da Rosa Júnior, a integridade das apostas é uma preocupação central no projeto de lei. Por isso, ele estabelece medidas para mitigar a manipulação de resultados e a corrupção em eventos esportivos objeto de apostas de quota fixa transmitidos ao vivo. Além disso, o projeto lista as pessoas proibidas de realizar apostas, como menores de idade, funcionários de empresas operadoras e indivíduos com influência significativa nas atividades de apostas.
Propaganda dos canais de apostas
A regulamentação também aborda a questão da publicidade. Os canais eletrônicos e os estabelecimentos físicos usados pelas operadoras devem exibir informações como o número e a data de publicação da portaria de autorização, o endereço físico da sede e os contatos do serviço de atendimento ao consumidor e da ouvidoria. Ademais, a publicidade das loterias de apostas deve conter avisos de desestímulo ao jogo e advertências sobre seus malefícios, garantindo que as apostas não sejam apresentadas de maneira atrativa ou como soluções para problemas financeiros.
Outro ponto fundamental do projeto de lei é a alocação dos recursos arrecadados pelas apostas esportivas de quota fixa. O texto estipula que parte dos recursos será destinada à seguridade social, ao esporte, ao turismo e à educação, com porcentagens específicas destinadas a cada área. Como aponta Faustino da Rosa Júnior, essa alocação de recursos visa beneficiar diversos setores da sociedade e contribuir para o desenvolvimento do país.
Por fim, como destaca o presidente da Associação Nacional de Apostas Digitais e Esportivas, Faustino da Rosa Júnior, a aprovação do projeto de lei que regulamenta as apostas esportivas de quota fixa marca o início de uma nova era para esse mercado no Brasil. Ela estabelece uma estrutura legal sólida, garantindo a integridade das apostas e a proteção dos apostadores. Além disso, a alocação dos recursos arrecadados contribuirá para diversas áreas, como esporte, turismo e educação, impactando positivamente a sociedade como um todo. Agora, resta aguardar a votação no Plenário para que essa regulamentação se torne uma realidade, abrindo caminho para um futuro mais transparente e regulamentado para as apostas esportivas no Brasil.